Você é machista, moça?
(Rafante) Conversas de bar regadas à música e bebidas às vezes nos conduzem por caminhos desconhecidos. Não sei exatamente se as duas crases acima coadunam-se com a relação sintagmática ora exposta, mas é incontroverso que há no mínimo uma polêmica acerca do vocativo em epígrafe. Para entendermos bem a questão é necessário, inicialmente, termos a noção de que vivemos em uma sociedade segregacionista, adepta da cultura da violência e que tem estrutura basilar determinada pelos ditames da propriedade privada dos meios de produção. Explicarei em detalhes... A superestrutura social composta por elementos midiáticos, legais, consuetudinários e por toda a miríade de insumos que dá sustentação ideológica a pilhagem do trabalho e à manutenção do sistema de classes permite que, alguns de nós, reconheçamos que o esforço necessário para abolir o machismo é absolutamente superior ao esforço necessário para abolir o próprio sistema de classes sociais. Exatamente porque já havia machismo...